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Pediatria

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Vírus sincicial respiratório (VSR): entenda os sintomas e quando é necessário buscar ajuda

O vírus sincicial respiratório ou VSR é um vírus que provoca uma infecção respiratória que pode ser de leve a grave.
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Dr. Felipe Teixeira de Mello Freitas - Infectologista Atualizado em 20/05/2024

O Vírus Sincicial Respiratório ou VSR costuma ser a causa de lotação nos pronto-socorros pediátricos no inverno. Isso porque ele pode provocar uma infecção respiratória grave (a bronquiolite) em bebês e crianças menores de 2 anos – embora ele também seja capaz de provocar complicações em idosos. Continue a leitura para saber mais sobre esse patógeno e quando é preciso buscar ajuda.

Vírus sincicial respiratório: o que é?

O vírus sincicial respiratório ou VSR é um vírus que provoca uma infecção respiratória que pode ser de leve a grave. Ele é um patógeno considerado altamente contagioso e se espalha com facilidade por meio de secreções respiratórias eliminadas no ambiente durante a tosse ou o espirro. 

O VSR é um vírus que assusta pois é considerado a principal causa de infecções respiratórias em bebês e crianças menores de dois anos. Em casos graves, o quadro pode evoluir para bronquiolite ou pneumonia. 

No entanto, adultos e idosos também podem ser afetados pelo vírus, especialmente aqueles com sistemas imunológicos enfraquecidos.

Como ocorre a transmissão?

O VSR pode ser transmitido de pessoa para pessoa por meio de gotículas respiratórias, que são eliminadas pela pessoa doente quando ela tosse, espirra ou fala.  

Assim como ocorre em outras infecções respiratórias, essas gotículas podem entrar em contato com a mucosa da boca ou do nariz de outra pessoa; ou ainda serem inaladas, provocando a entrada do vírus no corpo.  

Além disso, também é possível contrair a infecção por meio do contato com superfícies e objetos contaminados.

Sintomas do vírus sincicial respiratório

Os sintomas da infecção causada pelo VSR geralmente aparecem de 2 a 8 dias após o contato com o vírus. Os sintomas mais comuns são: 

  • Tosse; 

  • Secreção nasal (coriza); 

  • Febre; 

  • Mal-estar; 

  • Desconforto respiratório; 

  • Chiado/sibilos ao respirar. 

Em bebês, o VSR também pode causar: 

  • Falta de ar e/ou dificuldade para respirar e mamar; 

  • Letargia; 

  • Falta de apetite; 

  • Irritabilidade. 

Importante: bebês e crianças pequenas com dificuldade para respirar; irritadas; que não conseguem mamar; e que estejam com a boca arroxeada ou azulada, devem ser levadas imediatamente para o pronto-socorro para avaliação, pois esta pode ser uma emergência médica. 

Possíveis riscos

Na maioria das vezes, o VSR provoca sintomas leves e bastante parecidos aos de um resfriado comum, sendo normal a recuperação após cerca de 1 a 2 semanas.  

No entanto, o VSR pode causar um quadro mais grave em bebês recém-nascidos e crianças menores de 2 anos, já que elas ainda estão com o sistema imunológico imaturo.  

As complicações incluem evolução do quadro para pneumonia e bronquiolite (inflamação dos bronquíolos, a parte final dos brônquios, estruturas do pulmão), que causam dificuldade significativa de respirar e a necessidade de hospitalização. Nesses casos, pode ser necessário internação em unidade de terapia intensiva. 

Além desse grupo, bebês prematuros e crianças com problemas respiratórios ou cardíacos também têm risco aumentado de complicações graves causadas pelo vírus.  

É possível prevenir o vsr?

Prevenir o VSR completamente não é possível, mas podemos reduzir muito o risco de infecção e suas complicações graves com medidas gerais como: 

  • Lavar as mãos com frequência com água e sabão e ensinar as crianças a fazerem o mesmo; 

  • Evitar contato próximo com pessoas doentes, especialmente crianças pequenas; 

  • Manter ambientes ventilados e evitar locais fechados com aglomerações, principalmente nos primeiros meses de vida do bebê; 

  • Evitar a exposição à fumaça de cigarro. 

Além disso, existe a opção da imunização passiva com Palivizumab. Trata-se de um anticorpo monoclonal que oferece proteção contra o VSR durante a estação viral. É especialmente indicado para prematuros (abaixo de 30 ou 32 semanas, a depender do estado brasileiro), cardiopatas e pneumopatas durante o período sazonal do vírus. A administração é por injeção intramuscular.
Outras medidas que podem contribuir são a amamentação (o leite materno fornece anticorpos que podem ajudar a proteger o bebê contra o VSR) e a vacinação contra a gripe. Como a gripe pode piorar os sintomas do VSR, vacinar-se pode ajudar a evitar casos mais graves. 

Como é o diagnóstico do vsr?

O diagnóstico da infecção causada pelo VSR geralmente é baseado na avaliação clínica dos sintomas e na sua sazonalidade – ou seja, levando-se em consideração que o vírus circula de forma mais ativa em determinadas épocas do ano, como no outono e no inverno em algumas cidades brasileiras.  

Em alguns casos, o médico também pode recomendar a realização do teste chamado painel viral para detectar ou excluir a presença do vírus. O exame é feito por meio de um swab de secreção nasofaríngea, semelhante ao que é feito para detectar outros vírus, como o da gripe e o da Covid-19.  

Tratamentos para o vírus sincicial respiratório

Assim como ocorre em outros quadros de infecções respiratórias virais, não existe um tratamento específico para a infecção pelo vírus sincicial respiratório. Portanto, o cuidado oferecido aos pacientes é de suporte para aliviar os sintomas e também prevenir complicações.  

Nesse sentido, o médico pode recomendar o uso de analgésicos e antitérmicos para amenizar os sintomas, além de hidratação e repouso. 

Por outro lado, se há dificuldade em respirar, o médico irá avaliar a necessidade de internação com medidas de suporte como oxigenoterapia e outros recursos hospitalares para auxiliar na recuperação.

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Dr. Felipe Teixeira de Mello Freitas

Infectologista
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