A hérnia diafragmática é uma condição séria que afeta o diafragma, um músculo essencial para a respiração. Quando o problema acomete bebês recém-nascidos, ela pode impactar de forma significativa o desenvolvimento dos pulmões e outras estruturas vitais do corpo. Confira a seguir quais os sintomas mais comuns dessa condição e o que fazer para tratá-la.
Hérnia Diafragmática: o que é?
Hérnia diafragmática é uma condição médica caracterizada por um defeito ou abertura no diafragma, o músculo que separa a cavidade torácica da abdominal e que é essencial para a respiração -- já que se contrai e relaxa para permitir a entrada e saída de ar dos pulmões.
A presença de uma hérnia compromete a função do diafragma e pode levar a complicações graves – especialmente em bebês -- como deslocamento de órgãos para dentro do tórax e compressão dos pulmões, dificultando a respiração.
Possíveis causas para a hérnia diafragmática congênita
Existem dois tipos principais de hérnia diafragmática: a congênita, presente já no nascimento; e a adquirida, que pode ocorrer após lesões ou cirurgias.
A forma congênita é a mais comum e sua causa exata ainda não é totalmente compreendida, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais possam estar envolvidos, bem como casos em que a gravidez é de risco.
A formação da hérnia congênita ocorre durante o desenvolvimento fetal, enquanto o diafragma se forma a partir da fusão de diferentes tecidos. Quando esse processo não ocorre corretamente, pode-se ter uma abertura, originando a hérnia.
Essa condição é uma das que pode acometer a formação abdominal do bebê ainda no útero. Outra pouco conhecida é a gastroquise, defeito congênito da parede abdominal do bebê pelo qual podem se exteriorizar algumas vísceras
Vale dizer que a hérnia diafragmática representa uma emergência médica, sendo frequentemente identificada ainda no útero, durante exames de imagem pré-natais.
Sintomas da hérnia diafragmática
Os sintomas da hérnia diafragmática variam dependendo da idade do paciente, do tamanho da hérnia e da gravidade do quadro. Em bebês, eles podem ser:
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Dificuldade para respirar;
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Coloração azulada da pele (cianose);
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Abdômen retraído;
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Ruídos intestinais no tórax.
Em adultos, os sintomas podem ser mais discretos e incluem:
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Queimação no estômago;
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Dor no peito;
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Dificuldade para engolir;
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Sensação de empachamento após pequenas refeições.
Como a hérnia diafragmática é diagnosticada?
O diagnóstico da hérnia diafragmática congênita geralmente ocorre ainda durante a gestação durante os exames de ultrassonografias do pré-natal. Esses exames têm justamente a função de acompanhar a gestação e detectar eventuais problemas com a formação e a posição dos órgãos, por exemplo.
Em casos adquiridos de hérnia diafragmática ou não detectados no pré-natal, a condição geralmente é detectada após o início dos sintomas ou logo após o nascimento, quando a dificuldade respiratória do bebê se torna evidente.
Além do ultrassom, outros exames de imagem, como a ressonância magnética (RM) fetal, podem ser usados para avaliar com maior precisão a gravidade da malformação e o desenvolvimento pulmonar.
Formas de tratamento
A cirurgia é a única forma de cura para essa condição e visa corrigir a abertura no diafragma e reposicionar os órgãos abdominais.
Em casos graves, após o nascimento e antes de avaliar a viabilidade da cirurgia, os bebês com hérnia diafragmática podem ser colocados em ventilação mecânica para ajudar a respiração, já que os pulmões podem estar imaturos.
O uso de medicamentos que controlam a pressão arterial pulmonar também é uma opção para aliviar o estresse sobre os pulmões e o coração.
Cirurgia de hérnia diafragmática em bebês: quando é indicada e como é feita?
A cirurgia de hérnia diafragmática em bebês geralmente é realizada nas primeiras semanas de vida e indicada quando os órgãos abdominais comprometem o desenvolvimento dos pulmões. O objetivo do procedimento é reparar a abertura no diafragma e reposicionar os órgãos deslocados.
O procedimento envolve a correção do diafragma, fechando a abertura e permitindo que os pulmões tenham espaço adequado para se desenvolver. Em alguns casos, o uso de uma tela protética é necessário para fortalecer o diafragma.
Possíveis sequelas da hérnia diafragmática
As sequelas da hérnia diafragmática variam de acordo com a gravidade do quadro e a rapidez do tratamento. Em casos graves, os pulmões podem não se desenvolver completamente, levando a problemas respiratórios pelo resto da vida. É necessário também realizar acompanhamento cardíaco e monitoramento dos pulmões pelo resto da vida.
Importante ressaltar que os avanços da medicina neonatal nos últimos anos e a melhoria das técnicas cirúrgicas aumentou consideravelmente as chances de sucesso no tratamento desses pacientes.