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Câncer no intestino: causas, diagnóstico e tratamento

O câncer no intestino é caracterizado pelo crescimento anormal e descontrolado de células no revestimento interno de intestino delgado, cólon e reto.
PA
Dra. Pamela Almeira - Oncologista gastrointestinal Atualizado em 20/05/2024

O câncer no intestino é uma preocupação de saúde pública no Brasil, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade relacionadas ao câncer. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que em 2022 foram diagnosticados cerca de 41.200 novos casos de câncer colorretal no Brasil.
Esse tipo de câncer afeta tanto homens quanto mulheres e é mais comum em pessoas acima dos 50 anos de idade. Apesar de haver um aumento nos casos desse câncer em indivíduos com menos de 50 anos, a proporção de novos casos de câncer de intestino entre adultos com menos de 50 anos aumentou de 11 para 20 por cento entre 1995 e 2019. A conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce é fundamental para lidar com essa doença.

Câncer no intestino: o que é?

O câncer no intestino é caracterizado pelo crescimento anormal e descontrolado de células no revestimento interno das partes do sistema digestivo: intestino delgado, cólon e reto. Dentre eles, o câncer colorretal é o de maior incidência.

Possíveis causas para o câncer no intestino

Embora as causas exatas do câncer no intestino não sejam totalmente compreendidas, vários fatores de risco estão associados ao seu desenvolvimento. Entre eles, estão: 

  • Idade avançada; 

  • Hereditariedade: parentes diretos (pais, irmãos ou filhos) com histórico de câncer intestinal; 

  • Dieta pobre em fibras e com excesso de carne vermelha, gorduras e alimentos ultra processados;  

  • Sedentarismo; 

  • Obesidade

  • Tabagismo;  

  • Etilismo;   

  • Histórico de doenças inflamatórias intestinais como retocolite ulcerativa e Doença de Crohn.

Quais os sintomas do câncer no intestino?

Os sintomas do câncer no intestino podem variar dependendo da localização do tumor e do estágio da doença. Eles dificilmente se manifestam na fase inicial da doença (quando as chances de cura são maiores), mas sim em fases mais avançadas. E podem incluir: 

  • Diarreia, constipação ou alterações no padrão das fezes. 

  • Sangramento retal ou sangue nas fezes. 

  • Dor abdominal persistente ou cólicas abdominais. 

  • Sensação de inchaço, desconforto ou gases frequentes no abdômen. 

  • Fraqueza e fadiga inexplicáveis. 

  • Perda de peso sem motivo aparente. 

  • Anemia inexplicável, que pode causar palidez, fraqueza e falta de ar. 

  • Sensação de que o intestino não foi completamente esvaziado após evacuações. 

  • Náuseas ou vômitos, especialmente se houver obstrução intestinal. 

É importante ressaltar que esses sintomas podem ser causados por uma variedade de condições e nem sempre indicam câncer no intestino. No entanto, se você apresentar algum desses sintomas persistentemente ou de forma incomum, é importante procurar orientação médica para avaliação e diagnóstico adequados.

É possível prevenir o câncer no intestino?

No caso do câncer no intestino, há fatores de risco modificáveis e não modificáveis. O que não podemos modificar: nossa genética e predisposição hereditária. Mas podemos e devemos atuar em medidas de estilo de vida saudável.
E isso inclui manter uma dieta rica em fibras presentes nas frutas, vegetais e grãos integrais, reduzir o consumo de gorduras saturadas, carnes vermelhas (no máximo 500g por semana), evitar os alimentos ultraprocessados, manter um peso saudável, praticar atividade física regularmente (150min/semana de exercícios aeróbicos e de força por semana), evitar o consumo excessivo de álcool e não fumar.
Além disso, exames de rastreamento, como colonoscopia, exame de sangue oculto nas fezes e colonografia por tomografia computadorizada podem detectar precocemente pólipos ou câncer no intestino em pessoas com idade igual ou superior a 45 anos, ou em pessoas com fatores de risco adicionais.

 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do câncer no intestino geralmente envolve uma combinação de exames clínicos, exames de imagem e biópsias.
O exame mais importante é a colonoscopia, que permite visualizar o interior do reto e do intestino grosso, oferecendo a possibilidade de realizar biópsias, e terapias endoscópicas se necessário.
A recomendação padrão é de que ela seja feita a partir dos 45 de idade, e repetida a cada cinco anos se o exame for normal. Em caso de achados como pólipos, o intervalo irá depender da histologia e quantidade desses pólipos.
Para quem tem fatores de risco (como parentes de primeiro grau com esse tipo de câncer aos 40 anos), o indicado seria fazer a colonoscopia a partir dos 30 anos, e repeti-la (se os resultados forem normais), a cada três anos.
Importante salientar a necessidade de um aconselhamento genético para individualizar cada caso e verificar a necessidade de se iniciar o screenig mais precocemente, como na Síndrome de Lynch e Polipose adenomatosa familiar.
Outros exames ainda podem auxiliar no rastreio e diagnóstico dessa doença, como a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a tomografia, que avalia a extensão do tumor.

Formas de tratamento para o câncer no intestino

O tratamento do câncer no intestino depende do estágio da doença, localização do tumor e saúde geral do paciente. As opções de tratamento podem incluir: 

  • Cirurgia para remover o tumor; 

  • Quimioterapia e/ou radioterapia para destruir as células cancerígenas; 

  • Imunoterapia para estimular o sistema imunológico a combater o câncer.

É essencial que o tratamento seja individualizado e coordenado por uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo cirurgiões, oncologistas, radioterapeutas e enfermeiros, para garantir o melhor resultado possível para o paciente.

Escrito por
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Dra. Pamela Almeira

Oncologista gastrointestinal
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Dra. Pamela Almeira

Oncologista gastrointestinal