A vacinação é um meio de imunização eficiente na prevenção de doenças, seja de forma coletiva, seja individual. Por meio dela, enfermidades como rubéola congênita, sarampo e poliomielite foram erradicadas. Isso porque a vacinação faz com que o organismo fortaleça o sistema imunológico, criando defesas e evitando que as doenças alcancem suas formas mais graves. Assim, as vacinas na gestação e na infância são importantes fontes de proteção e fundamentais para o desenvolvimento da criança e a manutenção da saúde. Hoje (9/6) é marcado pelo Dia Mundial da Imunização, data criada para conscientizar as pessoas sobre o tema. Com a ajuda da Dra. Sandi Sato, pediatra e gerente médica da Maternidade Brasília, vamos esclarecer dúvidas recorrentes sobre o tema.
Tipos de imunização
Existem dois tipos de imunização: a passiva e a ativa. Conheça a seguir a atuação de cada uma delas.
A imunização passiva é quando a pessoa recebe o anticorpo pronto, não há produção dele pelo organismo, como da mãe para o feto, através do aleitamento materno, ou da aplicação de imunoglobulinas (imunização artificial) quando a pessoa é exposta a doença. “Ela (a imunização passiva) é obtida de várias fontes: sangue (soro) de animais expostos a uma toxina; sangue de um grupo de pessoas que possuem anticorpos contra alguma doença; células produtoras de anticorpos, normalmente desenvolvidas em laboratórios, por meio de camundongos”, explica a médica.
A imunização passiva artificial (como o soro antirrábico) é feita em pessoas cujo sistema imunológico não responde de maneira adequada diante de uma infecção, em pessoas que contraem uma infecção antes que possam ser vacinadas – por exemplo, depois de serem mordidas por um animal com raiva – ou quando é preciso imunizá-las sem ter o tempo de completar uma série de vacinas.
Já a imunização ativa é quando o organismo é exposto ao microrganismo ou à vacina, o que estimula o próprio sistema imunológico a produzir os anticorpos.
Nas vacinas, são usados fragmentos de bactérias ou vírus, ou seja, uma substância normalmente nociva (toxina), mas que foi modificada para se tornar inofensiva ao organismo e não causar a doença. “Com base nisso, o sistema imunológico, em resposta à vacina, produz anticorpos que identificam e atacam as bactérias ou os vírus contidos nela e, assim, o corpo produz automaticamente a defesa para prevenir ou apresentar de forma mais branda a doença”, continua a Dra. Sandi.
A imunização e vacinação infantil são responsáveis pela proteção de diversas doenças. Entre elas estão:
BCG – evita as formas graves da tuberculose. Ela é aplicada no primeiro mês de vida do bebê;
hepatite B – deve ser aplicada no primeiro dia de vida da criança, 12 horas depois do nascimento. Ela é composta por três doses;
hepatite A – é aplicada em dose única nas crianças entre 15 e 23 meses;
penta/DTP – protege contra cinco doenças: coqueluche, hepatite B, tétano, difteria e infecções provocadas pela bactéria Haemophilus tipo B. Deve ser aplicada em crianças aos 2, 4 e 6 meses de vida e, depois, reforçada aos 15 meses e 4 anos.
VIP/VOP – protege contra a poliomielite e a paralisia infantil. Deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, com reforços aos 15 meses e aos 4 anos;
pneumocócica 10-valente – combate 10 subtipos da bactéria Pneumococo. As doses são aplicadas aos 2 e aos 4 meses de vida e o reforço é quando a criança completa 12 meses;
rotavírus – tomada em duas doses – aos 2 e aos 4 meses de vida –, a vacina deve ser aplicada no prazo correto. Ela protege contra uma grave infecção gastrointestinal que pode levar à morte por desidratação;
meningocócica C – deve ser aplicada aos 3 e aos 5 meses de vida, com um reforço aos 12 meses. Protege contra a meningite C, doença que pode causar lesões cerebrais permanentes e surdez;
febre amarela – dose única, deve ser aplicada aos 9 meses de vida. Há algum tempo, existia um reforço aos 10 anos, porém, houve uma modificação no esquema vacinal e essa dose extra é aplicada somente em pessoas que moram em áreas de risco para a doença ou que vão viajar para essas regiões;
tríplice viral – protege contra a caxumba, a rubéola e o sarampo. É disponibilizada na rede pública. Devem ser aplicadas duas doses: a primeira, aos 12 meses, e a segunda, aos 15 meses. O reforço vem aos 4 e aos 6 anos;
tetra viral – garante proteção contra o sarampo, a rubéola, a caxumba e a catapora (varicela). É aplicada aos 15 meses, no reforço da tríplice viral;
influenza – protege contra a gripe; deve ser tomada uma vez por ano pelas crianças com idade entre 6 meses e 5 anos;
HPV – evita o HPV, doença sexualmente transmissível que pode provocar câncer do colo do útero. É aplicada, nas meninas, entre 9 e 14 anos e, nos meninos, entre 12 e 13 anos.
Por que a imunização é tão importante?
A importância da imunização infantil se dá porque, por meio dela, as crianças ficam protegidas contra doenças e, consequentemente, reduz-se o risco de epidemias surgirem.
Ter cuidado para não perder a carteira de vacinação e utilizá-la sempre é uma forma importante de organização. Isso porque a caderneta de vacinação mantém as informações sobre as doses já tomadas pela criança. O calendário de vacinação infantil respeita a orientação do Ministério da Saúde e das secretarias de saúde.
O que significa imunização de rebanho?
A imunização de rebanho é uma expressão usada para descrever o processo no qual uma cadeia de transmissão de determinada doença é bloqueada quando alcança um número considerável de pessoas. O meio de bloqueio desse tipo pode ser obtido de duas maneiras: pela vacinação ou pela exposição natural ao vírus.